Dos carros que meu pai ja teve o que tenho mais recordações é do Dodge Charger 72 Ouro Espanhol .
Meu pai comprou este carro zero, no início de 1972, na concessionária Janda , pagou algo em torno de Cr$ 42.000,00, dinheiro este contabilizado através de uma única venda de ações, não sei se naquela época ganhava-se dinheiro com mais facilidade.....
Bom, este carro tinha bancos individuais,centro com tecido e laterais em couro/courvim, cambio embaixo, rodas Magnum.
Praticamente todo domingo de manhã meu pai, meu irmão e eu íamos do bairro de Higienópolis, Rua Piaui 1.184 lembro endereço até hoje, telefone 67.90.13, acabei de lembrar do telefone.....aliás eramos vizinhos do Fábio /Leo Steinbruch , nós morávamos no quinto andar eles no oitavo, até Cidade Jardim mais especificamente ao Jockey Clube de São Paulo, onde meu tinha alguns cavalos de corrida e ficava conversando por horas a fio com cavalariços, treinadores, amigos, para mim com 4 anos era uma tremenda chatice, ainda bem que meu pai deixava , se quizessemos ,ficar no Dodge onde ouviamos rádio AM Jovem Pan e aprontávamos com o acendedor de cigarros colocando fogo em pedaços de jornal.... mas o que me consolava era a ida e a volta no Dodge.
Meu pai me levava á escola de manhã e para variar sempre estávamos atrasados e o Dodge ficava no segundo subsolo do prédio, era uma ingrime rampa para sair e o zelador Sr.Carlos, também acabei de lembrar o nome dele, molhava as plantas laterais e aproveitava para lavar a rampa que tinha no trilho de passagem dos carros uma borracha,dai imagina Dodge tração traseira para subir rampa ingrime molhada......ficava um subia ,patinava muito, descia até que finalmente o Dodge patinando muito conseguia subir, isso era quase todo dia!
Minha mãe ao volante, estávamos indo a Sears onde hoje é o Shopping Iguatemi e na subida do Pacaembu, acesso a Dr.Arnaldo, quase no topo ,o semáforo fecha, e para sair com o carro foi complicado por causa da patinação.......
Meus pais decidiram que iríamos com o Dodge para Salvador/Ba e meu pai preparou o carro, pois o calor na Bahia era muito grande e instalou ar condicionado, que nunca funcionava ou funcionava por curtos periodos.
A viagem foi legal, meus pais na frente e atrás, eu, meu irmão e minha irmã, engraçado como parecia que o Dodge era enorme atras.
Vez ou outra meus irmaõs brigavam e nesta viagem o que mais tenho recordação, não tão boas, pois tinha um enjoo quase que constante era com a música "Batuque na Cozinha" do Martinho da Vila que não sei se era a única música disponível ou se meus pais gostavam desta música. Odeio até hoje.
Foto de Janeiro de 1973
Dodge Charger em Salvador, minha mãe,minha irmã ,meu irmão agachado e eu em direção ao Dodge
Acho que minha mãe percebeu que a volta não seria tão boa quanto a ida e resolveu mandar os três filhos de volta a São Paulo de avião.
Meu pai trocou de carro e o Dodge ficou por um periodo parado , como o carro ficava parado na garagem, emprestou a um sócio espanhol, que abusou do carro, não sei bem o motivo, acredito que corria muito com o carro.
Depois voltou para a garagem e ficou por um tempo.
Com o carro sem uso, minha mãe "resolveu" dar o carro para seu irmão, que pecado, dar um Dodge Charger 72 Ouro Espanhol.
Como era V8 muito beberrão, meu tio resolveu instalar gás , mas o gás que ele mandou instalar, na própria garagem do prédio, me lembro direitinho deste dia, era gás de cozinha.
O "técnico" ficou o dia inteiro instalando e não me lembro bem se conseguiu, o que sei é que o carro foi embora para São João da Boa Vista e em pouco tempo depois meu tio vendeu este belo veículo.